Há uns anos, talvez mais de uma década, a minha amiga Cila, disse me uma frase que nunca me saiu da cabeça.
- Daqui a 10 anos (e eles já se passaram), vejo-te no estrangeiro, com um marido estrangeiro, sempre com o computador e as tecnologias. Ou mesmo com um português, mas numa grande cidade da Europa e sempre muito atarefada.
Só faltava imaginar-me com uma carrada de filhos, para que tudo passasse de um simples delírio a uma grande alucinação.
Na altura lembro-me que desejava conhecer um alentejano que me fizesse "migrar" para o meu eterno amor, a "Zambujeira do Mar". (poucos Lisboetas ou Almadenses se prestariam a ir para o Alentejo viver... ouvir grilos em vez de pessoas e vacas em vez de carros.)
Mas ela insistia:
- No país tipo Itália, Espanha e é lá que vais constituir família.
Eu respondi-lhe que, sozinha ou acompanhada, em Portugal ou no estrangeiro, apenas queria ser feliz. Todos queremos.
E fui feliz. Tive momentos de felicidade plena, ao ponto de pensar que não podia ser mais feliz do que era, porque já tinha chegado ao topo da escala. (e quanto mais se sobe, maior pode ser a queda)
E será que tinha chegado mesmo ao topo?
Será que hoje sou feliz?
Quantos momentos de felicidade tenho eu por dia?
Passei a semana a tentar contabilizar, como se isso fosse possível. Cheguei a uma triste conclusão: Poucos. Tenho poucos momentos de felicidade por dia. Muitos de stress.
Queria ter mais do que tenho e se pudesse mudava tudo na minha vida, ou quase tudo.
A ideia de migrar e as palavras da Cila, parecem agora fazer mais sentido, como se me desafiassem a experimentar.
Mas como diz o Paulo Coelho, temos de seguir o nosso coração (intuição, a voz que vem de dentro, como queiram chamar), porque ele conhece todas as coisas. Onde ele estiver, é onde estará o meu tesouro... e a minha voz interior diz que me está aqui, mais perto do que eu possa imaginar...
Não sei explicar como, nem porque digo isto, mas é assim que sinto.
Por isso ainda não fui, Cila!!!!
(hoje não apareci, não é amiga??)
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